Kléber está muito perto de conquistar o primeiro título no futebol brasileiro. No domingo, às 16h, no Palestra Itália, o Palmeiras pode até perder por um gol de diferença para a Ponte Preta, que garante o caneco paulista. A façanha será ainda mais festejada pelo jogador do Dínamo de Kiev, da Ucrânia, onde deu a volta olímpica seis vezes em quatro anos defendendo o clube, mas que deixou o Brasil aos 20 anos e não teve o gostinho de levantar um troféu em seu país de origem. A equipe ucraniana quer o retorno do atacante o mais rápido possível, mas ele aposta que vai disputar o Campeonato Brasileiro até o final deste ano com a camisa alviverde. E agora só pensa no Sport, o adversário desta quarta-feira, às 21h45m, na Ilha do Retiro, em Recife, no duelo de volta das oitavas-de-final da Copa do Brasil.
O empréstimo de Kléber ao Palmeiras termina somente no dia 1 de agosto. A diretoria garante que existe uma cláusula que prorroga até o dia 31 de dezembro em caso de uma compensação financeira. O atacante admite que mais cedo ou mais tarde vai retornar para o Dínamo de Kiev, mas por enquanto ele pretende ficar porque aposta na força do atual elenco alviverde para conquistar o título brasileiro.
- O elenco do Palmeiras é forte. Se ninguém sair no segundo semestre, temos condições de melhorar o entrosamento da equipe e conquistar o título brasileiro. Por isso, eu quero continuar por aqui. A diretoria do Dínamo, quando ficou sabendo que eu poderia ser punido com 300 dias (na agressão ao zagueiro são-paulino André Dias), pediu o meu retorno imediato. Mas peguei apenas três jogos e fiquei. Minha vida é toda no Brasil e a minha vontade vai prevalecer – acredita Kleber.
O atacante do Palmeiras conta que após quatro anos em Kiev, ele tem procurado passar o tempo livre a cidade de Osasco, grande São Paulo, ao lado dos familiares. Solteiro, ele é pai de duas meninas com duas ex-namoradas. As suas filhas são Maria Fernanda, de sete anos; e Júlia, de quatro.
- Fui pai muito cedo, aos 16 anos. A Maria Fernanda mora em Cotia e fico muito afastado dela, que estuda e nunca foi para Kiev. A Júlia mora em Osasco, estou mais próxima dela, que chegou a morar dois anos comigo fora do país. O único problema de morar no Brasil é a violência – lamenta Kleber.
Quando fala em violência, o atacante do Palmeiras não se refere somente aos assaltos, seqüestros, tiroteios, homicídios e chacinas que assolam as cidades grandes de todo o Brasil. Kleber também teme a revolta dos torcedores, que já tentaram partir para agressão física quando ele defendeu o São Paulo e mais recentemente com a camisa do Palmeiras.
- A violência no Brasil é muito grande. O jogador de futebol precisa ficar esperto até com os torcedores. Quando eu jogava no São Paulo, a equipe foi eliminada da Copa do Brasil pelo Goiás, eu estava no banco de reservas e nem entrei no jogo. Mas uns caras da Independente ficaram me esperando perto de casa para me bater. Agora, no Palmeiras, quando vencemos o São Paulo por 4 a 1, eu estava passeando com a minha filha (Júlia) no shopping e um cara queria me bater porque era são-paulino e não aceitava eu ter trocado o time dele pelo Palmeiras. Isso não existe na Ucrânia, onde o respeito ao profissional é enorme – compara Kleber.
Com mais quatro anos de contrato com o Dínamo, o atacante do Palmeiras sabe que mesmo que seja no final do ano, ele terá de voltar para a Ucrânia. Afinal, o presidente do seu clube investiu uma quantia milionária para renovar o seu vínculo e atendeu a sua exigência de empréstimo para um clube do Brasil por determinado período.
- Eu tinha mais dois anos de contrato, quando o presidente do Dínamo me ofereceu uma quantia que eu demoraria quatro anos para ganhar se jogasse agora no Brasil para renovar por mais dois. Foi tudo pago à vista. Peguei o dinheiro nas mãos. Não tinha como recusar. Ele aceitou até uma cláusula que me emprestava para o futebol brasileiro. Cheguei para o Palmeiras para voltar a ser conhecido por aqui e conquistar títulos. E acredito que a minha missão está sendo cumprida – ressalta o atacante.
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