No início do interesse do Flamengo por Kleber, o atacante ganhou força nos bastidores do Palmeiras. Conselheiros já alertavam o presidente Arnaldo Tirone sobre a necessidade de um reajuste salarial, e pediam que o mandatário estudasse a possibilidade. No entanto, os fatos que envolveram a lesão na coxa esquerda do atacante fizeram gente graúda de dentro do clube duvidar das intenções de Kleber. Com a desistência do Fla em contar com o jogador, a diretoria fica cada vez mais forte, enquanto o atacante sai ferido de toda essa polêmica.
Dentro do clube, a sensação é de que o Gladiador fez de tudo para forçar um aumento salarial, justificando-o com a proposta flamenguista. Os ganhos dele no clube carioca poderiam ultrapassar os R$ 500 mil. No entanto, o fato de ter declarado que não pediu reajuste causou surpresa nos diretores – imaginam que foi jogo de cena para tentar recuperar a imagem junto à torcida.
A imagem do ídolo e capitão do time ficou um pouco arranhada com a confusão. A demora para se recuperar do problema na coxa suscitou dúvidas e mais dúvidas entre os torcedores, que criticaram a postura do jogador. Em várias entrevistas na segunda-feira, ele colocou a responsabilidade da polêmica em cima do vice-presidente Roberto Frizzo, que logo rebateu e, com a desistência do Fla, ganhou respaldo.
- Ele tem contrato com o Palmeiras e vai cumprir. Não vejo necessidade de um reajuste imediato, vamos seguir com nosso trabalho. Sem esse negócio de Flamengo, teremos mais tranquilidade para definir o que achamos certo – disse o vice-presidente Roberto Frizzo.
Chamado de mau-caráter e medroso por Kleber, Frizzo tem o apoio de Arnaldo Tirone, que em público tenta colocar panos quentes na situação. Para ele, o ideal seria a reaproximação entre as duas partes, ainda que isso seja difícil de acontecer. Em visita à Academia de Futebol nesta terça, até o ídolo César Maluco deu pitaco e se dispôs a ajudar.
- O Kleber é meu amigo, conheço os pais dele. O Roberto também é meu parceiro, conheço ele há muito tempo, antes de ser alguma coisa do Palmeiras. É uma situação chata porque são dois amigos meus, precisam de alguém que chame os dois para uma conversa. Tem de ser alguém consciente, que mostre que o Palmeiras é grande. Pode até ser eu, estou aí para ajudar – avisou César.
Além de Frizzo e torcida, Kleber ainda terá de se deparar com o departamento médico do clube, que o liberou para enfrentar o Santos depois de entender que ele estava clinicamente curado do edema na coxa. Mesmo assim, no sábado que precedeu o jogo, recusou-se a concentrar com a delegação e procurou o Hospital Albert Einstein para realizar exames de imagem. Segundo Otávio Vilhena, médico do Verdão, tal exame costuma detectar marcas de lesão mesmo depois de o problema estar resolvido. A imagem pode aparecer até um mês depois da cura.
- Eu confio no departamento médico, que é muito sério. São profissionais que merecem ser respeitados - avisou Frizzo.
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